Obra de MV Bill e Celso Athayde sobre mulheres no tráfico será lançada em penitenciárias femininas
Depois de ganhar as prateleiras das livrarias do Rio, "Falcão – Mulheres e o tráfico", obra que revela o lado feminino do crime organizado, será lançado em todo o Brasil, a partir de fevereiro. O objetivo dos autores MV Bill e Celso Athayde é levar pessoalmente as histórias das mulheres retratadas no livro às 26 capitais brasileiras. Mas, em vez da tradicional noite de autógrafos em livrarias, eles querem fazer o lançamento dentro de presídios femininos. Com o objetivo de mostrar a dura realidade das traficantes que inspiraram a obra, Bill e Athayde exibirão nas unidades trechos do documentário que leva o mesmo nome do livro.
"Falcão – Mulheres e o tráfico" é um desdobramento de "Falcão – Meninos do tráfico", livro lançado em 2006 também pela editora Objetiva e pela Central Única das Favelas (CUFA). Entrevistando menores envolvidos com o crime organizado em todo o Brasil, MV Bill e Celso Athayde revelaram que a vida bandida desses "falcões" estava diretamente ligada às trajetórias de suas mães, filhas, irmãs, amigas, mulheres e namoradas.
Série de reportagens
Em outubro do ano passado, uma série de seis reportagens publicadas simultaneamente pelo EXTRA e pelo "O Globo" mostrou como é o recrutamento de mulheres pelo crime organizado no Rio e adiantou trechos do livro de Bill e Athayde. O trabalho também revelou que elas já representam 20% dos traficantes. As mulheres desempenham várias funções, incluindo comando de quadrilhas.
Entrevista
MV Bill – Rapper e Escritor
"Queremos debater com quem sofre o problema"
Como surgiu a idéia do lançamento nos presídios?
Essa é uma forma de levar a discussão sobre o assunto a todos os níveis. Nos presídios, poderemos chegar a um diálogo fora do eixo convencional. Já participei de muitos debates, mas levar a discussão para as mulheres nas carceragens é debater com quem sofre o problema na pele.
Vocês passarão por quais cidades?
Queremos ir a todas as capitais. Com certeza, estaremos nas cidades que têm bases da Central Única das Favelas, mas gostaríamos de chegar também àquelas onde a CUFA não está. Já estivemos em Sinop (MT) e, na semana passada, fomos a Goiânia (GO).
Como foram os debates nos presídios do Rio?
A primeira coisa que você nota é a vontade delas de lerem o livro. A maioria não tem o hábito de ler. Em muitos casos, "Falcão – Mulheres e o tráfico" acaba sendo o primeiro livro delas.
Por: Gabriela Moreira – Jornal EXTRA – 27/01/2008 – Caderno Geral
Depois de ganhar as prateleiras das livrarias do Rio, "Falcão – Mulheres e o tráfico", obra que revela o lado feminino do crime organizado, será lançado em todo o Brasil, a partir de fevereiro. O objetivo dos autores MV Bill e Celso Athayde é levar pessoalmente as histórias das mulheres retratadas no livro às 26 capitais brasileiras. Mas, em vez da tradicional noite de autógrafos em livrarias, eles querem fazer o lançamento dentro de presídios femininos. Com o objetivo de mostrar a dura realidade das traficantes que inspiraram a obra, Bill e Athayde exibirão nas unidades trechos do documentário que leva o mesmo nome do livro.
"Falcão – Mulheres e o tráfico" é um desdobramento de "Falcão – Meninos do tráfico", livro lançado em 2006 também pela editora Objetiva e pela Central Única das Favelas (CUFA). Entrevistando menores envolvidos com o crime organizado em todo o Brasil, MV Bill e Celso Athayde revelaram que a vida bandida desses "falcões" estava diretamente ligada às trajetórias de suas mães, filhas, irmãs, amigas, mulheres e namoradas.
Série de reportagens
Em outubro do ano passado, uma série de seis reportagens publicadas simultaneamente pelo EXTRA e pelo "O Globo" mostrou como é o recrutamento de mulheres pelo crime organizado no Rio e adiantou trechos do livro de Bill e Athayde. O trabalho também revelou que elas já representam 20% dos traficantes. As mulheres desempenham várias funções, incluindo comando de quadrilhas.
Entrevista
MV Bill – Rapper e Escritor
"Queremos debater com quem sofre o problema"
Como surgiu a idéia do lançamento nos presídios?
Essa é uma forma de levar a discussão sobre o assunto a todos os níveis. Nos presídios, poderemos chegar a um diálogo fora do eixo convencional. Já participei de muitos debates, mas levar a discussão para as mulheres nas carceragens é debater com quem sofre o problema na pele.
Vocês passarão por quais cidades?
Queremos ir a todas as capitais. Com certeza, estaremos nas cidades que têm bases da Central Única das Favelas, mas gostaríamos de chegar também àquelas onde a CUFA não está. Já estivemos em Sinop (MT) e, na semana passada, fomos a Goiânia (GO).
Como foram os debates nos presídios do Rio?
A primeira coisa que você nota é a vontade delas de lerem o livro. A maioria não tem o hábito de ler. Em muitos casos, "Falcão – Mulheres e o tráfico" acaba sendo o primeiro livro delas.
Por: Gabriela Moreira – Jornal EXTRA – 27/01/2008 – Caderno Geral
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